sábado, 30 de maio de 2009

Leonardo Boff: fundamentalismos, crise capitalista e nova ordem mundial


Numa entrevista publicada em Novembro de 2001, Leonardo Boff, conhecido teólogo da libertação, vê nos acotencimentos do 11 de Setembro de 2001 como um marco inicial da actual crise mundial que ataca os alicerces da economia mundial e do paradigma neoliberal.
"Para mim, o antentado terrorista de 11 de setembro marca a virada na direção do novo paradigma planetário e humanístico. Os prédios atingidos enviam uma mensagem: não se poderá mais construir a civilização mundial com o tipo de economia dominante (simbolizada pelo World Trade Center), com o tipo de máquina de morte montada (Pentágono) e com o tipo de política arrogante e produtora de imensas exclusões (Casa Branca poupada porque o avião caiu antes). Para mim começou a ruir o sistema e a cultura do capital. Eles são demasiadamente destrutivos. O capitalismo explora a força de trabalho, expolia nações e devasta a natureza. Ele se mostra ecocida e geocida, vale dizer, ele pode nos levar ao destino dos dinossauros. Agora começará um novo estado de consciência: devemos discutir todos juntos o destino comum da humanidade e da Terra, devemos entabular diálogos interculturais e inter-religiosos sistemáticos, devemos criar as instituições globais que vão gerenciar a Terra para todos e para a inteira comunidade de vida que inclui todos os seres vivos e sua infra-estrutura físico-química. Desta vez não há uma arca de Noé que possa salvar alguns e deixar perecer os demais. Devemos nos salvar todos juntos. Para mim, esse é o conteúdo das conversas no mundo inteiro, para além do terror que os USA e seus aliados estão levando ao Afeganistão."
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